
Neste último final de semana, ao rever Brasília, agora com olhos de futura jornalista, tive a sensação de estar em uma cidade sem comunicação. Humana, bem entendido. A ausência de semáforos transforma as ruas da cidade em longas autoestradas. É certo que nos tira o desconforto de ter de parar a cada cruzamento, mas também nos priva do prazer de observar as coisas e pessoas a nossa volta.
Gosto desse hábito urbano de caminhar nas calçadas, conhecer os lugares a pé, me perder e me achar. Em Brasília, isso fica difícil. Vocês podem argumentar que a capital verde-amarela não é o lugar mais apropriado para flâneurs, que eu deveria ter ido para Olinda, Rio de Janeiro ou Ouro Preto, mas não é sempre que a nossa agenda casa com o nosso imaginário.
"Aqui tudo é grandioso", afirmou minha amiga Regina após um comentário sobre o amplo lobby do hotel onde eu estava hospedada. Assim são também os clubes e restaurantes, todos projetados sem levar em conta o controle de natalidade em tempos pós-modernos.
E foi com esse espírito hiper-over-mega-plus que eu me vi, ora devorando um risoto de morango com camarões no ótimo Oliver, no Clube de Golfe, na companhia da minha querida prima Paulinha, que eu não via há seis anos, ora clicando as mansões da "Península dos Ministros". De dentro do carro, é claro!
Puxo na memória o que mudou na paisagem de Brasília desde a primeira vez que a vi. Os prédios de arquitetura arrojada já podem ser considerados "antigos", a vegetação está mais bela, as árvores atingiram a meia-idade com o viço próprio dos seres bem cuidados.
Na cabeça da maioria dos brasileiros, Brasília pode não ter tido alteração alguma. Continua sendo, para o poder público pelo menos, um lugar de passagem. Sem cruzamentos. Visto principalmente pela janela do carro.
Gosto desse hábito urbano de caminhar nas calçadas, conhecer os lugares a pé, me perder e me achar. Em Brasília, isso fica difícil. Vocês podem argumentar que a capital verde-amarela não é o lugar mais apropriado para flâneurs, que eu deveria ter ido para Olinda, Rio de Janeiro ou Ouro Preto, mas não é sempre que a nossa agenda casa com o nosso imaginário.
"Aqui tudo é grandioso", afirmou minha amiga Regina após um comentário sobre o amplo lobby do hotel onde eu estava hospedada. Assim são também os clubes e restaurantes, todos projetados sem levar em conta o controle de natalidade em tempos pós-modernos.
E foi com esse espírito hiper-over-mega-plus que eu me vi, ora devorando um risoto de morango com camarões no ótimo Oliver, no Clube de Golfe, na companhia da minha querida prima Paulinha, que eu não via há seis anos, ora clicando as mansões da "Península dos Ministros". De dentro do carro, é claro!
Puxo na memória o que mudou na paisagem de Brasília desde a primeira vez que a vi. Os prédios de arquitetura arrojada já podem ser considerados "antigos", a vegetação está mais bela, as árvores atingiram a meia-idade com o viço próprio dos seres bem cuidados.
Na cabeça da maioria dos brasileiros, Brasília pode não ter tido alteração alguma. Continua sendo, para o poder público pelo menos, um lugar de passagem. Sem cruzamentos. Visto principalmente pela janela do carro.